sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sem intenção de magoar

Quando morava numa vila militar eu tinha muitas amigas, não eram só vizinhas, eram amigas mesmo, cada qual com sua personalidade: A pessimista que nada ia dar certo, a otimista, a Hipocondríaca, a vaidosa, as que queriam ajudar a todos, e a "palhaça", esse era a que eu mais gostava, por ser um pouco reservada, introvertida, ela em poucos minutos fazia todos sorrir, bastava contar casos da sua família que era grande.
Veio ser vizinha dela uma familía vinda do Rio de Janeiro , era uma família muito educada,um casal com tres filhos,ela muito chique com suas calças compridas,muito bem produzida,ela deveria nós achar "JECA". A casa dela ficava ao lado da nossa amiga, separando-as tinha um beco largo, que tinha entrada para os fundos, facilitando a limpeza e a ventilação.

Natal é uma cidade muito ventilada devido a seu ponto geográfico, as janelas de ambas as casas ficavam de frente para outra no dito beco.
Ela além de simpática, educada e chique,sabia bordar muito bem! Só tinha uma coisa, tinha um nariz enorme, por mais que se arrumasse ele se sobressaía.
Em um dia de muito vento, a minha amiga veio fechar as janelas sem antes pedir licença a vizinha e disse:" Lili não sei como você consegue trabalhar com esse ventão tão grande no rosto", e a vizinha respondeu: "estou acostumada, nasci assim", não precisa dizer que minha amiga se desculpou, jurou até que não era o que ela estava pensando, dizem que quando cometemos uma gafe, devemos nos desculpar e calar, se continuarmos falando vai ser pior.
Acreditei na sinceridade da minha amiga, ela brincava sim, mais era incapaz de magoar seja lá quem fosse.
Fica em paz amiga! Que Deus a tenha.





A visita


Ás vezes batia uma saudade!Tinha vontade de revêr pessoas queridas, avós, tias e primas. E também revêr aquele cenário de sonho que embalou a minha juventude, onde ia sempre passar as férias, principalmente as de fim de ano. Foi numa dessas que conheci o meu marido.Falei com meu marido dessa vontade ,no inicio não gostou muito, pôs dificuldades, mais com jeitinho acabou cedendo.
Encarreguei à minha sogra de achar uma casa, quando ela conseguiu coloquei apenas o necessário encima de um caminhão e viemos todos, exceto o marido que só vinha nos fins de semana.
Chegamos! A alegria era imensa perto daquelas pessoas tão queridas! Nesta época eu só tinha duas meninas, a mais nova estava com dez meses.
Estava sempre chegando visitas, principalmente aos domingos quando o marido estava em casa, eram amigos e colegas, e um dia chegou uma moça muito conhecida das nossas famílias, eu os deixei a sós para as recordações de costumes, quem tinha casado, separado ou morrido.
Neste ínterim voltei a sala e pedi pra ele ficar com o bêbe, pois ia fazer um cafezinho e a menina inquieta pulava muito encima da mesa, foi quando ele disse brincando com a filha: "Senta, bicho feio". para a nossa surpresa, a visita que estava em pé, pensando em ir embora respondeu: " Não quero sentar não, já estou indo". Não precisa dizer da nossa gozação com ele o deixando encabulado, e ele dizendo juro que não foi com ela, como se não soubéssemos!

Os sapatos


Família é coisa engraçada, acontece cada uma!
Um dia o meu irmão mais moço chegando em casa aprontou-se para sair, tinha marcado com a namorada irem ao cinema. Assim que ele entrou deu de frente com um belo par de sapatos, perguntou à mãe de quem era o que ela respondeu "é do seu pai", Oba! Vou estrear no cinema, e minha mãe respondeu "acho melhor não, seu pai daqui a pouco chega e vai á uma reunião, já pôs os sapatos ai". Ele fez ouvido de mercador e calçou o sapato feliz da vida, queria impressionar a menina!
Não deu outra, daí a pouco meu pai chega e haja procurar os sapatos. Nós sabíamos o que ele estava procurando e ficamos todos calados, ele dizia eu os coloquei aqui, você não viu? A minha mãe calada e eu também, daí a pouco ele disse: “Já sei aquele "sem-vergonha" veio aqui e com certeza calçou os meus sapatos novos”, uma das minhas filhas bem sapecas disse" foi vovô ele foi ao cinema com a namorada", meu pai tinha vindo de uma reunião com os amigos, tinha tomado "umas cervejas", estava meio quente,e disse: "Vou agora ao cinema o procurar e tirar os meus sapatos", graças a Deus ele dormiu.
Quando o "sem-vergonha" chegou, nós contamos o que aconteceu e ele respondeu, se ele estivesse ido ao cinema, eu gritava: "Socorro! Tem um homem tirando os meus sapatos..."
Paz Celina
*Postagem original publicada em  16 de outubro de 2010

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Homenagem ao dia do idoso (1° de Outubro)



Como fonte de sabedoria e respeito é que os orientais sentem pelos seus idosos, eu os admiro muito por isso e também pela sua cultura milenar.
Que possamos ver este exemplo de sabedoria em um povo forte e humilde ao mesmo tempo, trazendo sempre um sorriso nos lábios, são felizes.
Ao contrário de muitos países que se dizem 1° mundo, que não sabem nem receber os seus visitantes e ainda por cima sendo o turismo a sua principal fonte de renda.
Que possamos ter a sabedoria oriental com aqueles que fizeram tudo por nós e ainda nos ajudaram na criação dos nossos filhos sem terem obrigação.
Amemos os nossos idosos, eles tem histórias bonitas para contar, desde que possamos dar a oportunidade de conviver com eles com carinho e dando-lhes chances, não os achando ultrapassados e sim sábios dos mais simples ao mais intelectualizados. Vamos dar os nossos cuidados sem sufocá-los, senão morar conosco, visite-os sempre, caso não possa ir telefone, se interesse mesmo, seja pais ou sogros ou qualquer pessoa que você conheça, sendo amigos ou não. Façamos isso que Deus nos abençoará com certeza, chegaremos também á idade deles se não morrermos antes. A semente plantada dará frutos e não estaremos sozinhos...
Paz para todos!

Saudades!


Perdemos no dia 30 último, o esposo da minha filha mais velha, eu diria que foi uma dor somada. uma grande dor!
Primeiro a dor de ter perdido além de genro um amigo, havia uma relação de muito carinho e respeito entre nós, segundo a dor da minha filha, em seguida a dos filhos deles, os meus netos, da família dele da nossa e dos colegas Catalineiros, todos estranharam o nome que estava em uma das coroas , durante a prece o colega explicou o que queria dizer, eles faziam parte da tripulação dos aviões Catalinas que sobrevoavam a Amazonas levando assistência a muitos.
A dor dos amigos que em Junho comemoravam com eles a sua bodas de pratas, e em bem pouco tempo no dia seis de Setembro o seu aniversário. Estavam lá estupefatos com esta morte tão rápida.

Ele foi internado numa quarta-feira e na outra ele faleceu, vítima de complicações da Diabetes. Nesta hora que agente ver como é bom ter amigos, três das minhas filhas são professoras, as colegas estavam todas lá, levando seu carinho e solidariedade.
Agradecemos a todos que compareceram!

"Não tenha medo!
Medo de que?
Nossa vida é eterna, nosso
eu, que é nossa alma,não
morre nunca!
A vida continua eternamente"



"A morte não existe!
O que se dá é apenas uma
transformação em nossa maneira de ser.
Não espere que, depois desta,
exista outra vida. Não!
A vida é a mesma
A vida eterna já está
sendo vivida por nós.
Depois da morte continuamos
a ser o que já somos
portanto, procure ser AGORA,
antes da morte, aquilo que você deseja,
continuar a ser depois da morte,
porque a morte não existe!"


Livro Minutos de Sabedoria, C.Torres Pastorino