sexta-feira, 30 de abril de 2010

O adeus

Eu que gosto tanto de viajar para João Pessoa, desta vez fiz uma viagem as pressas, pois o meu irmão estava muito mal, quando cheguei, ele já havia falecido.
Da última vez que estive com ele foi em janeiro deste ano, e uma de suas características marcantes era sua alegria, todas as vezes que o visitávamos era só felicidades.
Ele estava lá sem vida, parecia estar dormindo, dando impressão de qualquer hora acordar e iniciar com suas brincadeiras, era mais moço do que eu, e agora somos somente duas irmãs.
Mas é a lei, ao ganharmos a vida ganhamos também a morte, como se fosse uma passagem de ida e volta.
Que a misericórdia divina o tenha,

Celina.


ADEUS

O sino plange em terna suavidade
No ambiente balsâmico da Igreja.
Entre as naves, no altar, em tudo adeja.
O perfume dos goivos da saudade.

Geme a viuvez, lamenta-se a saudade;
e a alma que regressou do exílio, beija
A luz que resplandece, que viceja.
Na catedral azul da Imensidade.

-Adeus, terra das minhas desventuras...
Adeus, amados meus... -diz nas Alturas
A alma liberta, o azul do Céu singrando

-Adeus... -choram as rosas desfolhadas.
-Adeus... -chamam as vozes desoladas
De quem ficou no exílio soluçando...

Auta de Souza
Psicografado por Francisco Xavier

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Livre arbítrio

Gosto muito de ler biografias, um dia caiu em minhas mãos um livro muito interessante, cujo título era "Os santos que abalaram o mundo".
Eram cinco biografias, uma delas falava sobre Santa Teresa de Ávila, uma de suas biografias mais completas, agradável de ler e com passagens interessantes. Eram espíritos iluminados, o livro era católico, portanto eram considerados santos.
Fala de sua infância, juventude, ressaltando a sua beleza que despertava a paixão de muitos jovens da sua época. Até chegar a sua entrada para o convento, mais tarde criaria uma ordem com mais disciplina e rigor.
Durante as celebrações da missa ela entrava em êxtase, que durava quase até término das missa. Escapou de ser queimada pela inquisição por heresia ao dizer que era com o Cristo que ela se encontrava e falava.
A mesma entidade que falava com ela, avisou-a que vinha alguém defendê-la da fogueira, realmente, dentro de alguns poucos dias chegara um padre capuchinho que realmente a salvou.
Esta que vou narrar é uma das passagens interessantes, sempre que tinha oportunidade eu falava sobre ela no Centro (espírita), justamente por se tratar do livre arbítrio, tão pouco valorizado por nós.
Ela sempre ia uma vez por semana com as outras irmãs deixar provisões numa aldeia muito carente. Neste dia estava chuvoso, e elas precisavam atravessar o rio que a separava da comunidade. Chegando na margem, o cocheiro avisou que o rio tinha apanhado muita água, talvez não desse passagem. Ela pediu para ele esperar um pouco, se recolheu e fez uma prece, perguntando ao Cristo se não oferecia perigo, onde ele respondeu que não. Ela encorajada deu ordem ao cocheiro para atravessar, o que ele fez mesmo temeroso, assim que começou a travessia os cavalos se assustaram e foi aquela correria, todos em pânico com a quantidade de água, o cocheiro a muito custo conseguiu segurar tudo e voltaram sãos e salvos. mas havia uma pessoa envergonhada, a santa.
Ela fez um desabafo ao Senhor "O Senhor prometeu que não teria perigo e olhe o que aconteceu, quase nos afogamos todos". Foi quando ele respondeu "Deus nos deu inteligência e é preciso utilizá-la, saber distinguir o mal do bem, pensar por nós mesmos e ver quando o perigo existe realmente, isso se chama livre arbítrio, onde ela respondeu "Senhor, como é difícil seguí-lo".
É preciso usar o nosso livre arbítrio, no caso de dúvidas, orar a Jesus para que nos ilumine, no caso de erro, saber que faz parte da vida, é a nossa condição de aprendiz, levantar e continuar sempre, nunca desistir de lutar, com certeza no final sairemos vitoriosos.
Paz para todos, Celina.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

A primogênita


Hoje vou falar da minha primeira filha, ela foi a companhia dada por Deus para as minhas noites de solidão e medo. Solidão pois meu marido sendo militar tinha que tirar serviço e as vezes até de prontidão ele ficava.


Eu tinha medo dos temporais que enfrentávamos juntas, onde o ruído dos trovões a assustava. Durante a tormenta eu a colocava na cama comigo e me abraçava a ela, protegendo-a e a mim também.


Na minha ignorância com referência a crianças o meu marido comprou um livro para aprendermos o que fazer. O livro era completo, ensinava desde a alimentação, os primeiros cuidados, os sintomas de certas doenças. O nome do livro era "O conselheiro médico do lar".


Eu trabalhava muito, mas tinha tempo para brincar com ela, pois quando ela me avistava, começava a sorrir e balançar as perninhas, eu a pegava no colo e ficava brincando com ela, quando a colocava no berço de volta ela ensaiava um choro, mas depois alguma coisa chamava sua atenção e continuava a brincar.


Havia laços fortes muito fortes nos unindo, era um amor tão grande que cheguei a pensar que não amaria a ninguém mais daquele jeito, pensei que aquele amor fosse único.


Depois chegaram os outros filhos e eu vi que uma mãe pode amar igualmente os seus filhos, mas existe algo além do amor que é a afinidade, isto nós temos e de maneira mútua, pois ela me demonstra todos os dias.


Em janeiro deste ano ela realizou um dos seus maiores sonhos, conhecer a terra em que nasceu. Viajou com os filhos para Santa Maria no Rio Grande do Sul. Chorou de emoção ao ver a terra tão comentada por mim e o pai, passou o dia 25 de janeiro (dia do seu aniversário) na cidade, com direito a bolo e velinhas, me trouxe fotografias e um CD cujo título era "Coração do Rio Grande do Sul".


Estava tudo lá, as praças o hospital universitário onde nasceu. mas estava tudo modificado, afinal já se passaram tantos anos. Ela me convidou para acompanha-la mas eu preferi ver o filme que esta na minha mente. Um lugar simples mas poético, com os pés de cinamomo, onde eu me sentava a sua sombra com ela no colo. A praça mais bonita na época era a de Dr Bozano. Eu via brotar na primavera os pés de ervilhas plantados aos pés da cerca e no pomar as macieiras e os pessegueiros repletos de flores, junto ao tanque onde lavava nossas roupas haviam muitas flores "Copos de leite" que tornavam a minha tarefa leve, diante tanta beleza.


Eu tenho inteirinho este filme na cabeça e me pergunto "Será que fui eu?". Que passei por dias tão lindos que não voltam mais, retalhos de uma vida vivida com sacrifício e muito amor. Chego a me perguntar se tudo não foi um sonho bom, cheio de belas recordações e lindos cenários, cercados de belos coadjuvantes, pessoas boas com as quais aprendi muito.


Se tivesse o dom de pintar, reproduziria em diversos quadros o que foram esses quase quatro anos passados no sul do país, com certeza seriam belíssimos, da maneira como continuarei guardando na mente e no coração.
Paz para todos, Celina.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pedro e Paulo


Quando Jesus escolheu seus Apóstolos no meio de homens simples, foi para nós uma mensagem de esperança, vemos nos escolhidos muito de nós! Exemplo de Tomé, Judas e Pedro, esse nos deu um modelo de aprendizado para alcançarmos o Reino dos Céus e ser digno do Mestre. Ele palmilhou um caminho oposto até então feito por ele.

Quem leu a vida de Pedro sabe o sacrifício do rude pescador que foi, ao homem humilde que se tornou, não se achando digno nem de fazer curas!

Quando uma mulher o procurou com um filhinho doente nos braços implorando que o curasse, precisou escutar Jesus através de sua mediunidade audiente dizer: “Tu podes Pedro”, o que ele fez agradecendo a Jesus a confiança nele depositada.

Até na sua morte por crucificação, ele pediu para ser diferente de seu Mestre, sendo crucificado de cabeça para baixo!

E Paulo de Tarso que teve a vida completamente avessa ao cristianismo! Ele que foi “doutor da lei” fazia parte dos poderosos da época e como tal perseguia os cristãos.

Quando Jesus viu que estava na época certa o convidou, onde ele ia usar todo o seu conhecimento e cultura na divulgação do evangelho, foi quando aconteceu o histórico episódio da Estrada de Damasco, que o deixou cego!

Quando recuperou a visão ele viu a responsabilidade que tinha pela frente, recolheu-se ao deserto onde passou três anos meditando e orando se preparando para as tarefas que iria assumir. A primeira prova a qual passou foi a de não ser aceito pelos Cristãos, os quais não confiavam nele, e seu povo o desprezava.

O que Paulo fez pela divulgação do evangelho foi algo grandioso! Enfrentou naufrágios, doenças e perseguições! Jesus sabia que podia confiar nele, e que graças a ele o Cristianismo chegou até os dias de hoje.

Surgindo sempre esperança para todos que seguem o Cristo de Deus! Temos hoje diversos caminhos dentro do cristianismo. Ele deixou lições de perseverança e amor para todos.
Aquele que disse “Todas as coisas me são licitas, mas nem todas as coisas me convêm”.

Paz para todos Celina