quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Feliz ano novo!


Mais um ano se vai, outro está chegando, quando nos aproximamos do final do ano, parece que vai zerando tudo de ruim que o ano velho trouxe para nós, é a nossa vontade que tudo dê certo, talvez o instinto de conservação de só querermos sempre o bem sem sofrimentos.
Na virada do ano na emoção do pipocar dos fogos, é o momento diria mágico, ao abraçar a família e os amigos, desejando-lhes um ano novo repleto de muita paz e saúde, naquele momento estamos extasiados de tanta felicidade e cheio de esperanças.
O ano que começa é sempre um marco nas nossas vidas, desejamos muitas realizações:
- é a casa própria tão sonhada, aquela tão planejada viagem, a união da pessoa amada, o emprego desejado, até perder alguns quilinhos.Esta é a esperança de todos, não interessa naquele momento que no decorrer do ano, tudo possa ser igual ao que passou.
Tivemos uma energização coletiva, de muitas mentes e corações vibrando num só pensamento, desejando sempre o melhor.
Que Deus nos abençoe dando-nos aquilo que merecemos, se for tudo bem agradecemos, e se for ao contrário agradecemos também. Ele sabe o que é melhor para cada um de nós!
Um abraço para todos da família e para os amigos também.

2010 de muita paz!!!

Foi o destino?


Esta semana vendo apelos pela televisão de pessoas desaparecidas, me lembrei de uma história.Quando morei em Belo Horizonte, nós tínhamos muitos amigos,na véspera do nosso embarque para o Nordeste, um desses amigos nos ofereceu um jantar de despedida na casa deles. Após o jantar, fui ajudar a dona da casa à lavar a louça, conversa vai, conversa vem, falamos de muitos assuntos, um deles me chamou muita atenção, ela me contou sobre o desaparecimento do seu avô, foi assim:
Ele negociava com jóias, comprava em certa cidade para vender na cidade que morava, em Minas Gerais-MG. Até um certo dia ele desapareceu sem deixar vestígios. A mulher ficou com as crianças pequenas, na certa que o pai tinha falecido, durante as viagens que fazia pelo interior de MG.
Passaram-se os anos, os filhos estavam criados, alguns casados, inclusive a amiga que nos tinha oferecido o jantar.
Um dia um amigo da família, viajando à São Paulo a negócios, chegou com uma notícia estranha, tinha encontrado o avô dela, no início o achou parecido, depois confirmou, estava mais velho, com alguns cabelos brancos, porém por ser da cor negra estava bem conservado, ajudou mais na identificação, aí ele contou a seguinte história ao amigo:
"Vinha vindo com a mula com a mercadoria, no trecho de um riacho, ao atravessá-lo fui assaltado por dois homens, que de certo sabia o meu itinerário , roubaram a minha mercadoria e me espancaram.Mesmo ferido consegui chegar à margem e desmaiei quando acordei estava em um lugar estranho e não lembrava de nada do que tinha acontecido, cuidaram de mim, fiquei bom, mais tarde casei com a filha de meu benfeitor, que tinha muitas terras, trabalhei muito e hoje sou um homem rico, entre meus bens consta até um avião para facilitar meu trabalho".
Aí o amigo contou das dificuldades da família para criar os filhos deixados por ele, ficou triste e disse:

"Quando recordei a memória, já tinha outra família, achei melhor calar, deixar que pensassem que eu tinha morrido"
Ele até que quis visitar a família, mas os filhos não quiseram recebê-lo, pensando no trabalho da mãe que teve de reembolsar as dívidas feitas por ele na compra das jóias e no muito que sofreu para criar os filhos sozinha, somente uma neta consentiu em recebê-lo, passaram um dia juntos, mais não tinham muito o que dizer, ele voltou e nunca mais ela soube notícias, a neta foi justamente quem me contou a história do avô fujão.

Fim

sábado, 5 de dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Minha mensagem de natal


Mais um natal está chegando, ouço músicas no ar, e as pessoas mais tocadas por esta data tão importante são todos aqueles que seguem as pegadas do Cristo, através dos seus exemplos e dos seus ensinamentos.
O que temos para oferecer-lhes além das coisas materiais: Amor nos nossos corações? O perdão das ofensas? A caridade para com aqueles que ainda não te conhecem? Mestre, esses são dignos da nossa compaixão, será que á temos? E essa paz tão almejada por todos, será que é tão difícil consegui-la?
Vos diria que sim, ela está dentro de cada um de nós, não adianta ir buscá-la alhures.
Hoje quero deixar uma mensagem do evangelho para a nossa meditação que é um ensinamento para todos nós.
" A suprema excelência da caridade"
"Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, conhececesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse caridade, nada seria.
E ainda se distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse caridade, nada disso me aproveitaria.
A caridade é sofredora, é benígna; não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
A caridade nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão, havendo ciência desaparecerá;
Porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é, em parte, será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.
Porque agora vemos por espelho em enigmas, mas, então veremos face a face, agora conheço em parte, mas então conhecerei como também serei conhecido.
Agora pois, permanece a fé, a esperança e a caridade, estas três; mas a maior destas é a caridade".
1 Cr. 13,1-13.

Com esta mensagem, desejo um feliz natal a todos os amigos e à família, 2009 e um feliz 2010.

Batei, e abrir-se-vos-á



Era natal, naquele ano não enfeitamos a casa, nem árvores, nem ceia.
Estávamos derrubados, pelas perdas queridas, culminando com a morte do meu filho, dias antes do natal.
Mais não venho aqui falar de tristeza, que foi superada pela nossa fé, pela assistência dos amigos encarnados e dos desencarnados, e da família.
Venho falar de uma criatura que sempre está presente nos momentos mais dificéis de nossas vidas, nos levantando, nos ajudando com uma calma, que só as pessoas de consciência tranquila tem.
Primeiro quero agradecê-la pela boa esposa que tem sido para o meu filho, pela boa mãe educando com amor e disciplina.
Naquele natal nos recolhemos cedo, eu e minha filha, quando alguém bateu à nossa porta, nos entreolhamos surpreendidas, quem seria à aquela hora? A minha filha foi atender, eu a ouvi conversando baixinho e depois me chamaram, me arrumei um pouco e saí, quando cheguei à sala de jantar, estava uma mesa posta com todas iguarias de uma ceia de natal. Aquele gesto me sensibilizou tanto, me sentei à mesa eu e minha filha, e ela e meu filho, ali não estava só a ceia mais um gesto de amor, um convite de volta à vida, naquela hora senti o convite de Jesus através dela para viver e agradecer, como a porta no evangelho, "batei e abrir-se-vos-á"Mt 7.7-8.
Foi como me senti, no início ainda estava triste, depois a minha alegria foi voltando, no final eu estava alegre, pela suas presenças, pela mensagem de amor naquela noite de natal só nossa, egoísmo que nada! Foi um presente e eu agradeço até hoje.
Nas minhas preces você Fátima e o meu filho são sempre lembrados para que possa distribuir gestos como esse por muito tempo ainda, muita paz para você, meu filho, os netos e toda a sua família, nesse natal e nos outros que virão.
Ps. Para você filho, meu fã número 1, um abraço bem apertado e para Fátima essa pequena homenagem pelo que ela representa para nós, beijos...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

A mentora





Irmã vai do jeito que a senhora pediu, bem simples!
Por insistência minha em querer fazer uma homenagem a senhora, que sabe do nosso amor e de meus filhos, pela assistência amorosa e desinteressada claro, só cobra de nós o amor a Deus, amando o nosso semelhante e de ter a responsabilidade de passá-lo através do nosso exemplo!
Sei que é muita responsabilidade, mais estou sempre lutando e procurando através de suas orientações me tornar uma pessoa melhor, obrigada irmã Celina pela incumbência de ser a minha mentora espiritual, eu sou uma pessoa antes e depois da sua assistência, devo ter sido um espírito reincidente em muitas reencarnações, por merecer a sua orientação e muitos puxões de orelhas.
Obrigada por me emprestar o seu nome, como à senhora disse: "Não tem importância tem muitas Celinas". Mais vou fazer o possível para a senhora ficar contente comigo, só publicando coisas alegres para adoçar um pouco a vida daqueles, que fizer a caridade de ler o que escrevo.
Com muito amor a vossa bênção em nome de Deus


"Não ponha limites à sua vida!
procure ouvir as notas harmoniosas e sublimes
do canto maravilhoso que se evola da natureza.
Viva sorridente e alegre,
para espantar as preocupações,
para aliviar as lutas.
Mergulhe sua alma, na alma da natureza:
Absorva a luz do sol, goze a suavidade da lua,
contemple o esplendor das estrelas,
aspire os perfumes das flores.
A vida é bela, apesar das dores e dos contratempos"


Um minuto de Sabedoria, C. Torres Pastorino

A alegria da minha tia ALI


Vou falar hoje da alegria da minha tia Ali.
Ela era diferente de todas as irmãs, mais clara e bem alta, casou-se com um homem que no máximo tinha 1,55 m. Era um casal bem diferente quando saiam juntos ela ia sempre na frente ou atrás, chamava atenção de todos e ela não gostava.
Como não tiveram filhos adotaram duas crianças.
Eram felizes ao seu modo, de casa para a igreja, as festas só as religiosas, a da padroeira Sant'Ana que é comemorada no mês de Julho, e as de fim de ano.
Fazia bonecas de pano lindas , para passar o tempo não dando conta das encomendas, toda criança gostaria de ter uma.
O marido trabalhava na capital, e deixava as compras da semana e uma certa importância em dinheiro, na terça-feira ela já tinha doado tudo. Daí perceberam que tinha alguma coisa errada passando do limite, levando-a a muito custo ao médico, fez um tratamento internada, quando voltou estava boa, mas com a alegria de sempre.
De vez em quando eu vinha até a cidadezinha, ficar na casa da minha sogra, quando ela sabia aparecia lá, ela adorava crianças.
Nos domingos pedia que arrumasse as meninas para acompanhá-las a missa das nove, uma delas tinha um cabelo preto curto e de franja e a outra cabelos castanho que eu enchia de cachos, a "La Shirley Temple", ficavam todas arrumadas e bonitas e era com um certo orgulho que ela pegava nas mãos das crianças e as levavam a igreja que ficava perto da casa da minha sogra.
Um dia uma das minhas primas me chamou atenção, disse que uma das meninas estava tirando a concentração dos fiéis, ai explicou porque. Uma das meninas pedia para colocar os óculos que eram da minha avó, por sinal bem antigos, as lentes eram redondas e os aros dourados.
Ai já viu, uma menina com cara de sapeca, de cachos e por cima de óculos antigos! Enquanto os outros se ajoelhavam para frente, ela se ajoelhava no banco virada para o povo, não tinha pessoa por mais séria que fosse, que não achasse engraçado, resultado tirava a concentração.
Meu marido resolveu a situação, nos horários das missas ele ia com elas fazer um passeio só regressando ao término da última missa as onze horas.
Sinto saudades da minha madrinha Ali, alegrou a minha vida com o seu bom humor e suas risadas, suas graças sem percebermos que era uma pessoa doente e sim alegre. Que Deus a tenha.

"Não dê importância da idade do seu corpo físico:
Seja sempre jovem e bem disposto espiritualmente.
A alma não tem idade!
A mente jamais envelhece.
Mesmo que o corpo assinale os sintomas da idade física,
mantenha-se jovem e bem disposto, porque isso depende de sua mentalização positiva.
Faça que a juventude do seu espírito se irradie através do seu corpo, tenha ela a idade que tiver".

Um minuto de Sabedoria, C. Torres Pastorino

Reminiscências


Todos eram muito simpáticos, educados e bonitos. Estavam vindo de João Pessoa/PB, mais eram naturais do Paraná, e iam ser mais um vizinho nosso na vila militar, o que nos chamou atenção era a quantidade de filhos, eram quatro moças lindas e mais oito irmãos de todas as idades, terminando em um bebê de quase um ano, mais pela mocidade dos pais e um grande amor que os unia, parecia que ainda não estavam dispostos a encerrar.
O trabalho que eles tinham era em fazer os bebês, quando nascia já tinha uma das moças pra cuidar escolhida pela mãe, quem não gostava muito era a próxima escolhida que ficava rezando para que o tal bebê ficasse mais um pouco lá por cima.
Voltamos ao casal, aproveitavam a vida adoidado, iam à praia diariamente, saiam bem cedo pro maridão não perder o expediente no quartel, aos sábados e domingos passeavam explorando as cidades próximas, conhecendo tudo, talvez por serem do sul do país tivessem tanto interesse em conhecer além das cidades a nossa cultura. O transporte usado por eles era a sua lambreta.
Enquanto as crianças se tivéssemos também uma em casa com certeza ganharíamos mais uma ou duas, o que valia a pena, que eram uma boa companhia para os nossos filhos, ninguém reclamava, eles chegavam de manhã cedo, almoçavam conosco e só iam pra casa quinze minutos antes das 18h00min, depois explico o porquê.
Eles causaram uma verdadeira revolução na cultura da nossa vila militar, nós tínhamos o nosso teatro, onde também eram exibidos filmes, foram adaptados de alguns galpões que estavam disponíveis, eram ao todo três. Um ficou sendo uma espécie de mercearia, onde tínhamos quase tudo que precisássemos para a nossa manutenção, e o terceiro foi dado para a “grande família” adaptar um lar.
Eles passaram a fazer parte do elenco dos "nossos artistas", tinha o declamador, os humoristas e junto com os nossos formaram um conjunto musical, apresentando-se nas festinhas organizados pelo nossos filhos, e os menores viraram "anjos" desfilando na procissão, participando das noites de Maio e da festa do nosso padroeiro que era São José.

Quando se aproximava as 18h00min, todos iam para casa, às vezes levando os amiguinhos que os hospedara durante o dia.
As 18h00min começavam o terço rezado diariamente tendo o pai como condutor, acompanhado de toda a família e os garotos como convidados, só tinha uma exigência, que ficassem de joelhos ou em pé, ninguém podia ficar sentado.
Minha filha que às vezes acompanhavam a amiguinha, a mais moça dela "sapeca”, descrevendo o altar dizia: “Mamãe além dos santos, tem uma cabeça pelada com os dentes de fora". Vindo saber depois tratar-se de um amigo querido da família, onde ele desejou ficar com o crânio e o foi concedido! Quanto a ele, nós os vizinhos chegamos à conclusão, que foi um padre frustrado, preso nas artimanhas do amor, depois do terço os pais iam passear, talvez assistir a um filme, ninguém sabe ao certo.
Toda criança gosta de brincar, todos nós sabemos, ainda mais com tanto espaço, naquela época o que estava em voga era "polícia e ladrão" sempre os que estavam do lado deles ganhavam. O motivo?Um dia passando lá em frente de casa como a gritaria tava muito grande, sai para ver do que se tratava, quando sai, vi uma vizinha também olhando e sai correndo, o motivo era a "caveira", era como eles a chamavam, que um dos meninos conduzia, e os outros corriam assustados, os mais velhos diziam: "Coitado dessa criatura, nem depois de morto tem sossego!"
Depois da bricandeira eles a colocavam no mesmo lugar junto aos santos.
Eu acho até que se o finado tivesse um pouco de humor, deveria gostar, além das vibrações pelas preces, a maioria crianças, ainda tinham a chance de brincar com eles.
Sinto saudade de tudo isso, das amigas queridas que lá deixei, e as minhas filhas já tão na idade de valorizarem o passado, às vezes elas me dizem: que tempo bom não foi mãe? Eu respondo foi sim filha.

Paz para todos!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

o perdão


Era uma pessoa de boa índole, todos da pequena cidade gostavam dele, casado, sem filhos, era um dos doze filhos da minha avó materna.
Comerciante, comprava gado para corte (abate), nesse tempo não existiam bancos nas cidades pequenas, o dinheiro era guardado embaixo do colchão. Ele tinha comprado um lote de garrotes e marcou para se encontrar com um fazendeiro em uma vendinha onde costumava ir prosear e tomar algum aperitivo antes do almoço.
Na cidade todos se conheciam e eram amigos, o amigo mais perto do meu tio era o seu compadre, tinha batizado o seu filho, ele confiava nele ao ponto de saber tudo sobre a sua vida, inclusive os seus negócios.
No dia do acerto do pagamento, o meu tio o encontrou no começo da rua que estava deserta naquela hora. Ele tentou convencer o meu tio de ir por outra rua que era mais perto e mais deserta ainda, como o meu tio não aceitou o convite e já estava na metade do caminho, ele pediu ao meu que tio esperasse que ele iria em casa pois tinha esquecido algo e voltaria em seguida.
De supresa ele apareceu portando uma espingarda, meu tio ficou assustado devido ao seu semblante completamente modificado, ele atirou mais a espingarda não disparou! Quando meu tio viu a intenção dele, para defender-se tentou arrancar as estacas de uma cerca nova e não conseguiu, os grampos que prendiam o arame farpado à cerca, não soltavam, ele via que não conseguia e tentou fugir pedindo socorro, ele continuava a disparar a arma, vendo que a mesma negava fogo, aproximou-se do meu tio, onde com uma faca em punho o golpeou.
Meu tio mesmo ferido conseguiu chegar a vendinha, onde caiu! O assassino tentou fugir, mas o pegaram!

Foi uma comoção só! Uma cidade tão tranquila, ficou bastante abalada, com um crime tão barbaro e covarde!
Ele o assassino, sempre que estava em apuros, o meu tio o ajudava, eram como irmãos.
A cidade não tinha meio de socorrê-lo, ele precisava ser operado com urgência, depois de muito procurar, arranjaram transporte para a capital, onde foi operado mais não sobreviveu.

Meus tios, claro, ficaram querendo vingar a morte do irmão. O delegado amigo da família propôs "esquecer" aberta a porta de onde ele estava recolhido.
A minha avó veio saber os boatos que corriam de boca em boca na cidade, ela chamou o filho encarregado de vingar o irmão e disse: "Me mate primeiro, eu não crie vocês para se tornarem assassinos, sempre demos bons exemplos, e os criei com dificuldade para ver tudo por terra, não meu filho, não é assim que se resolve as coisas, para isso existe a justiça dos homens e a de Deus."

Parece que a estou vendo, fazendo o seu crochê, sentada a soleira da porta da cozinha ou lendo um livro, era o seu passatempo predileto, e não prestando atenção ao convite da minha tia para almoçar, principalmente se estivesse lendo, eu sei o que é isso, quando ia resolver qualquer assunto colocava o chale ao redor do pescoço, calçava os sapatos, não adiantava as filhas perguntarem aonde ia, fazia que não estava ouvindo, foi assim no dia que foi falar com o rapaz que tirou a vida do seu filho. Quando ele a avistou baixou os olhos e ela disse:"Não tenha medo eu vim trazer o meu perdão pelo seu ato impensado, você meu filho foi vítima da cobiça." Ele se ajoelhou, beijou as suas mãos e ambos choraram e disse mais: "Tenho certeza, que meu filho onde estiver o perdoou."
Voltou para casa e não falou nada, o delegado viu tudo e contou aos filhos o que sucedeu, ele estava vigiando-a para não acontecer nada a ela.
Com seis meses de prisão os seus cabelos embranqueceram, e na loucura do remorso ele gritava o nome do meu tio, um ano depois ele morreu.

"Mãe Quininha eu não gosto de escrever coisas tristes, mais não poderia deixar aqui o meu respeito, por tudo o que a senhora representou para nós os seus netos, os seus conselhos, só visando o nosso bem, a sua paciência, dedicação, e o seu grande amor a todas as criaturas, depois que fiquei sabendo do seu ato de perdão e de amor, eu que já a amava, aumentou em mim a minha admiração e respeito por uma criatura tão frágil, mais forte na hora que era preciso, fica em paz minha avó, que Deus a tenha."

O lobisomem

Imagem Google


Essa foi o meu marido que contou!
A cidade que ele nasceu mesmo precisando de muita coisa era mais bem servida que a vizinha a poucos quilômetros dali.
Enquanto uma prosperava a outra ia ficando cada vez mais para trás!E os rapazes da outra cidade não podiam namorar com as moças do lado de cá ou vice-versa.

Mas com todo esse bairrismo, um rapaz veio assistir a festa da padroeira que era muito animada, engraçou-se de uma moça do lado de cá, apaixonou-se mesmo e foi correspondido. Deu uma aliança de compromisso para mostrar a sua boa intenção, e falou a ela que tinha resolvido ir para São Paulo, trabalhar, juntar algum dinheiro, no máximo em três anos estaria de volta para se casarem.
Chegou o dia da partida, foi muito choro, promessas, juramentos, que ela iria esperá-lo.
Passou o primeiro ano, a moça ali firme, os rapazes da cidade querendo por qualquer preço ficar com a moça, não dando gosto de perder para o outro, principalmente agora que ele estava longe.
Foi um cerco terrível, escolheram o bonitão da turma e também bom de papo, que começou assediar a moça.
Fazia meses que ela não recebia notícias do prometido, aí começou a pensar: "Será que ele arrumou uma paulista e me esqueceu, e eu aqui besta perdendo o meu tempo.”.
A menina de fato era muito bonita e de uma boa família, não resistiu aos galanteios do conterrâneo e começaram a namorar para alegria da torcida, estava completando tempo que o moço tinha marcado para sua volta, e não é que ele chega de repente, veio mais forte, de óculos escuros, trazia presentes para todos inclusive para ela.
Foi à primeira notícia que ele soube ao chegar, que ela tinha esquecido o compromisso e estava com outro, ele disse: "Fica assim não, vou arquitetar uma vingança, que ela vai se decepcionar com este boyzinho.”.
A cidadezinha só tem plano o centro da cidade, as ruas que dão acesso ao centro, são todas de ladeiras, e a iluminação daquela época deixava muito a desejar, os postes eram distantes uns dos outros, e as lâmpadas em forma de pêra, clareavam pouco com a sua luz amarelada, assim mesmo a iluminação só ia até a meia-noite.
A casa que ela morava ficava na ladeira do Japão, ele encomendou uns "couros de bode", fez uma vestimenta, dependurou alguns chocalhos e foi pastorar a hora do outro ir embora.
Quando chegou a hora da despedida, ele disse é agora!
No começo da ladeira ele começou a descer de quatro pés, fazendo um barulhão tamanho, algumas pessoas que estavam acordadas se espantaram, pensavam tratar-se de um lobisomem, que de vez enquanto aparecia espantando as mulheres que voltavam da igreja.

Mais ele não contava com uma coisa. Toda casa do interior tinha um cachorrinho vira-lata que muitos chamam de "xola", que ficam sempre deitados na porta da casa, ao descer a ladeira foi chegando de um em um, e quando ele viu, estava cercado, ele corria agora em pé e mais de "dez xolas" atrás dele, ficou todo mordido, êta cachorrinhos brabos! Eles nunca tinham visto um bicho tão esquisito e barulhento, não pouparam os dentes.
Para terminar além de mordido, ficou tão envergonhado que acabou voltando para São Paulo sem aparecer mais do lado de cá da cidade.

Paz Celina
 Postagem Publicada em 17 -11-2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Poltergeist


Morávamos em um bairro tranquilo, o único transporte disponível era o bonde, não tínhamos do que reclamar, o bairro era servido de escolas, farmácia, padaria e igreja.
A nossa casa ficava perto da casa do meu tio, irmão da minha mãe, sendo que a nossa ficava próximo ao terminal do bonde, até que um acontecimento estranho veio quebar a tranquilidade, não só do meu tio como também do bairro que morávamos.
Em uma certa manhã começou a cair pedras dentro de casa, elas não machucavam ninguém, nem quebravam nada, eram pedaços de barro que ao cair no chão, faziam um ruído estranho e despedaçavam-se. No início meu tio pensou tratar-se de alguma molecagem dos meninos do bairro, olhou tudo e viu que não se tratava de brincadeira, foi a polícia, a delegacia ficava perto, veio soldados, cercaram a casa, passaram algum tempo, vendo que tinha cessado, foram embora, assim que eles sairam, o fenômeno recomeçou, desta vez com mais intensidade.Chamou-se o padre, que jogou "Água Benta", fez preces, cessavam, para voltar em seguida com mais intensidade. Até a minha avó veio do interior e ajoelhada na sala rezou o "Ofício da Conceição" oração que ela sempre recorria nos momentos de aflição, cessou!
Meu tio disse: Hoje vou afinal dormir, faziam três dias que ninguém conseguia conciliar o sono, a notícia se espalhou, o bonde vinha cheio de curiosos que enchiam a casa para ver as pedras cairem. A vida da família mudou, quem fornecia o almoço era a minha mãe, que também levou a minha avó para pô-la em segurança.
Depois das orações da minha avó, houve uma trégua, para recomeçar com mais frequência, o meu tio estava como louco sem saber o que fazer, um vizinho chamou-o a parte e disse: "Conhecemos um homem que faz umas preces muito bonitas, nós o assistimos sempre, você já tentou de tudo, quer que eu o traga?" Meu tio muito sensibilizado com o interesse do vizinho disse:" Traga-o!'-O vizinho foi buscá-lo, morava um pouco longe, quando ele chegou, cumprimentou a todos com simpatia e muita seriedade, mandou meu tio fechar as portas pra evitar tumulto, e em silêncio foi ao quintal, ficou na ponta da calçada e olhando para o céu fez uma prece silenciosa. Depois se despediu de todos e foi embora, ficaram esperando "as pedras voltarem", felizmente cessou, fazendo todos felizes e acabando com o desconforto de todos!
Este fenômeno se chama Poltergeist, quando estudamos a doutrina, nos ensinam o que fazer em um casos desses.
Segundo a parapsicologia trata-se de energia mal posicionada, principalmente se tem adolecentes, os estudiosos mandam que sejam retirados por um período do lar, ás vezes dá certo.
Não foi o caso do meu tio, era ele a esposa e duas criancinhas pequenas, aprendemos também que junto ao fenômeno estão presente espíritos brincalhões.
A limpeza feita na casa criou um montão de entulhos, meu pai vendo disse :"Pelas frisas de alguns túmulos ali presente deveria ser restos da reforma do cemitério ".
Paz para todos!


Ps: O senhor que fez a prece era um espírita, na época eles se reuniam mensalmente na casa de amigos, com muita discrição, para o estudo da doutrina, não era permitido outro credo, só o professado pelo país.

Santa das Rosas


"A Santinha da Alma" como era conhecida o pequeno vulto da imagem de Santa Terezinha do Menino Jesus.
Ficamos conhecendo-a através da cunhada da minha mãe: Um dos meus irmãos se encontrava enfermo e, a minha mãe estava aflita, porque os remédios tomados não tinham uma resposta positiva. Foi aí que a cunhada visitando-a perguntou a minha mãe: "Porque você não faz uma promessa a Santinha da Alma, ela tem feito bastante curas". Mamãe fez a promessa, antes, visitou a santinha levando flores e um maço de velas.
Chegando lá a dona da casa a recebeu, levando-a conhecer a santinha. Estava em um quarto simples onde havia um oratório, com outros santos, mas a santinha estava em uma mesinha à parte, a queima de velas era grande e talvez por segurança ela estivesse só, a quantidade de flores mal davam para vê-la, mamãe perguntou porquê o nome de "Santinha da Alma"? E a senhora respondeu: Um dos meus filhos, boêmio, vinha voltando mais uma vez de uma noitada, caminhando, quando nas imediações de um cemitério avistou uma moça esguia, caminhando com muita leveza, "essa moça a uma hora dessas pensou..."

Pensando numa possível aventura tentou acompanhá-la, mas ela andava muito rápido, chegou a emparelhá-la, fez diversas perguntas: Onde morava? O que estava fazendo sozinha na rua em uma hora daquelas? Ela respondia, mas ele não entendia. Atravessou o que parecia ser um campo de futebol, até chegarem aos fundos de uma casa, onde ela empurrou a porta da cozinha e logo depois, um pequeno quarto apareceu, de onde havia duas camas de campanha e um pequeno oratório, ela ajoelhou-se e começou a orar, ele em pé observando-a, depois ela levantou-se deu um pequeno sorriso, pegou uma pequena santa que estava ao lado dos outros, e deu a ele, admirado de seu gesto, quando se refez ela já atravessava novamente o campo.
Veio para casa ao amanhecer, custou a dormir, levantou-se voltou ao local dessa vez pela porta da frente, perguntou a vizinha pela moça dando alguns detalhes, aí a mulher respondeu que ali moravam três moças, trabalhavam fazendo charutos para uma fábrica e foi morrendo uma a uma de Tuberculose, a última tinha sido a moça por ele descrita.
Ele convidou a vizinha para ir com ele, mostando a ela que estava dizendo a verdade!Entraram pela porta de trás, como ele tinha feito na madrugada anterior, estava lá as duas camas, o oratório e um canto vago deixada pela santa!Serviu, curou um boêmio de andar a esmo pelas ruas, tendo encontros misteriosos e estranhos.O meu irmão ficou bom, a minha mãe ficou devota, sempre levando flores para a santa Terezinha do Menino Jesus, A SANTA DAS ROSAS.

Ps: Antigamente as casas onde morriam tuberculosos, ficavam meses e até anos abandonadas, era o pavor de contrair a moléstia!

domingo, 1 de novembro de 2009

Orai e vigiai


Descobri que possuía magnetismo de forma errônea, colocava um copo encima da mesa, cercado pelo alfabeto e fazia as perguntas mais bobas possíveis.
O nosso presidente da FEP ( Federação Espírita Pernambucana) desta época, nos explicou que o "copo" age como se fosse um microfone em praça pública : "Todos dizem o que querem!" Foi o que aconteceu conosco. Vinham respostas de todas as maneiras, educadas e até palavrões, veio uma mesmo que falou que estávamos brincando com fogo. Não aconselhamos ninguém a fazer isso! Traz perturbação para os que estão participando, e também para o lar.
A minha mediunidade surgiu daí, de forma descontrolada, com efeitos físicos, vendo e ouvindo coisas que não gostaria de escutar.
Resultado: Fui bater à porta da FEP, onde fiz tratamento com passes e água fluidificada. Dei graças a Deus, ter tido um resultado positivo. Fiquei na federação durante quase 4 anos, onde estudei a doutrina, fiz alguns cursos, e, a conselho do presidente, procurei um centro mais humilde para trabalhar. Chegando lá, fui recebida com uma saudação : Seja bem-vinda!
Fiz aprendizado mais de um ano para trabalhar com o sistema da casa. Hoje sou médium de consulta e doutrinação. Aprendi muito, não o suficiente para deixar de estudar.
Na consulta, orientar sempre ao irmão, procurar o médico para fazer os exames de praxe, principalmente a mulher à ir ao ginecologista, nós a tratamos com passes, água fluidificada, e desobsessão. Sigilo é importante em tudo que nos é confiado. A doutrinação vale para os desencarnados, e os encarnados. Estou lá até hoje, o centro cresceu muito, e nós também, ao menos quando cairmos por vaidade, negligência, ciúmes e outras coisas inerentes ao ser humano, não deixaremos de trabalhar. Só através dele, é que nos tornaremos fortes para vencermos a nós mesmos, e seguir o conselho do espírito André Luiz: Não deixar que o sentimento de culpa freie, a nossa vontade de crescer. Paz para todos!

A doutrina espírita

Admiro e sigo a doutrina espírita.Ela respondeu as minhas dúvidas, e me fez forte nos momentos de dor.
Aprendemos com nossos mentores, que sempre nos assistem. Porém eles não tiram nossas provas e expiações. Elas tem de ser cumpridas, conforme nossos débitos. A única forma de resgatá-las, é o amor! Este cobre multidões de pecados, como disse Jesus Cristo.
Por isso, é preciso estudar para nos tornarmos espíritas. Para isso, existem os centros, para nos receber e principalmente nos esclarecer. Estudando o livro dos espíritos, em seu conteúdo nós encontramos ciência, filosofia e religião,além dos demais livros que fazem parte da codificação.
A doutrina espírita não aprisiona ninguém! Ela ensina o certo e deixa a cada um, o livre arbítrio de usar no dia a dia o que aprendeu. Se plantarmos, colheremos !
" A plantação é livre, mas a colheita é obrigatória" e não fazer a outrem, o que não gostaria que fizesse a você .
A bibliografia espirita é vasta, completando os ensinamentos eu recomendaria o livro "Paulo e Estevão" de Emmanuel, psicografia de Francisco C. Xavier. Foi um dos melhores livros que já li!
E não esquecer o nosso lema :
Fora da caridade, não há salvação!
Paz para todos!

Caminho, verdade e vida.


O Mestre Divino Jesus, não quer ver tristeza no semblante de seus operários. Quer sempre alegria e confiança.
Quando alguém que perdeu a fé se aproximar de um operário, ele esteja, sempre com o semblante calmo, tranquilo e possa passar através da fé que o alimenta, a esperança para aquele que está sofrendo e às vezes até desesperado!
Usar sempre as ferramentas que o Mestre nos deu para o trabalho: paciência, fé no que estamos realizando e a esperança de alcançarmos através da caridade, os nossos objetivos.
Com certeza, se usarmos essas ferramentas, seremos vitoriosos.
O trabalhador não tem o direito de pensar nele em primeiro plano. Ele já aprendeu como afastar as pedras do caminho, ele tem de primeiro socorrer, e depois ensinar. Quando ele precisou, alguém o ajudou. Chegou o momento de retribuir a dádiva recebida, e assim ela se multiplicará e o Evangelho do Cristo será mais uma vez, vitorioso! Paz para todos!

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Sem intenção de magoar

Quando morava numa vila militar eu tinha muitas amigas, não eram só vizinhas, eram amigas mesmo, cada qual com sua personalidade: A pessimista que nada ia dar certo, a otimista, a Hipocondríaca, a vaidosa, as que queriam ajudar a todos, e a "palhaça", esse era a que eu mais gostava, por ser um pouco reservada, introvertida, ela em poucos minutos fazia todos sorrir, bastava contar casos da sua família que era grande.
Veio ser vizinha dela uma familía vinda do Rio de Janeiro , era uma família muito educada,um casal com tres filhos,ela muito chique com suas calças compridas,muito bem produzida,ela deveria nós achar "JECA". A casa dela ficava ao lado da nossa amiga, separando-as tinha um beco largo, que tinha entrada para os fundos, facilitando a limpeza e a ventilação.

Natal é uma cidade muito ventilada devido a seu ponto geográfico, as janelas de ambas as casas ficavam de frente para outra no dito beco.
Ela além de simpática, educada e chique,sabia bordar muito bem! Só tinha uma coisa, tinha um nariz enorme, por mais que se arrumasse ele se sobressaía.
Em um dia de muito vento, a minha amiga veio fechar as janelas sem antes pedir licença a vizinha e disse:" Lili não sei como você consegue trabalhar com esse ventão tão grande no rosto", e a vizinha respondeu: "estou acostumada, nasci assim", não precisa dizer que minha amiga se desculpou, jurou até que não era o que ela estava pensando, dizem que quando cometemos uma gafe, devemos nos desculpar e calar, se continuarmos falando vai ser pior.
Acreditei na sinceridade da minha amiga, ela brincava sim, mais era incapaz de magoar seja lá quem fosse.
Fica em paz amiga! Que Deus a tenha.





A visita


Ás vezes batia uma saudade!Tinha vontade de revêr pessoas queridas, avós, tias e primas. E também revêr aquele cenário de sonho que embalou a minha juventude, onde ia sempre passar as férias, principalmente as de fim de ano. Foi numa dessas que conheci o meu marido.Falei com meu marido dessa vontade ,no inicio não gostou muito, pôs dificuldades, mais com jeitinho acabou cedendo.
Encarreguei à minha sogra de achar uma casa, quando ela conseguiu coloquei apenas o necessário encima de um caminhão e viemos todos, exceto o marido que só vinha nos fins de semana.
Chegamos! A alegria era imensa perto daquelas pessoas tão queridas! Nesta época eu só tinha duas meninas, a mais nova estava com dez meses.
Estava sempre chegando visitas, principalmente aos domingos quando o marido estava em casa, eram amigos e colegas, e um dia chegou uma moça muito conhecida das nossas famílias, eu os deixei a sós para as recordações de costumes, quem tinha casado, separado ou morrido.
Neste ínterim voltei a sala e pedi pra ele ficar com o bêbe, pois ia fazer um cafezinho e a menina inquieta pulava muito encima da mesa, foi quando ele disse brincando com a filha: "Senta, bicho feio". para a nossa surpresa, a visita que estava em pé, pensando em ir embora respondeu: " Não quero sentar não, já estou indo". Não precisa dizer da nossa gozação com ele o deixando encabulado, e ele dizendo juro que não foi com ela, como se não soubéssemos!

Os sapatos


Família é coisa engraçada, acontece cada uma!
Um dia o meu irmão mais moço chegando em casa aprontou-se para sair, tinha marcado com a namorada irem ao cinema. Assim que ele entrou deu de frente com um belo par de sapatos, perguntou à mãe de quem era o que ela respondeu "é do seu pai", Oba! Vou estrear no cinema, e minha mãe respondeu "acho melhor não, seu pai daqui a pouco chega e vai á uma reunião, já pôs os sapatos ai". Ele fez ouvido de mercador e calçou o sapato feliz da vida, queria impressionar a menina!
Não deu outra, daí a pouco meu pai chega e haja procurar os sapatos. Nós sabíamos o que ele estava procurando e ficamos todos calados, ele dizia eu os coloquei aqui, você não viu? A minha mãe calada e eu também, daí a pouco ele disse: “Já sei aquele "sem-vergonha" veio aqui e com certeza calçou os meus sapatos novos”, uma das minhas filhas bem sapecas disse" foi vovô ele foi ao cinema com a namorada", meu pai tinha vindo de uma reunião com os amigos, tinha tomado "umas cervejas", estava meio quente,e disse: "Vou agora ao cinema o procurar e tirar os meus sapatos", graças a Deus ele dormiu.
Quando o "sem-vergonha" chegou, nós contamos o que aconteceu e ele respondeu, se ele estivesse ido ao cinema, eu gritava: "Socorro! Tem um homem tirando os meus sapatos..."
Paz Celina
*Postagem original publicada em  16 de outubro de 2010