quarta-feira, 27 de outubro de 2010

A correntinha





Tem coisas que acontecem na vida da gente, se vivermos cem anos não esqueceremos....


No inicio do meu casamento, quando estávamos viajando de volta de Santa Maria (RS), para Natal (RN), aconteceu um caso que hoje acho engraçado, mas na época!


Foi assim, eu sempre fui muito reservada em questões financeiras com o meu marido, para explicar melhor eu não sabia nem quando e quanto ele recebia o seu salário. Deixava tudo ao seu cargo, ele não reclamava nada, e muito menos eu.


A viagem antigamente era feita por navio, em Porto Alegre embarcamos com destino a Natal, ao chegar a bordo meu marido me chama e diz que quer me dizer algo, fiquei assustada, e ainda acrescentou que não sabia como dizer, estava envergonhado, neste momento pensei tudo de ruim, ate que eu insisti, pois além de assustada estava ficando com raiva pelo suspense.


Foi então que ele me contou que não tinha recebido a ajuda de custo que todos os “transferidos” recebem, antes não era como hoje tudo informatizado, a promessa era de que quando chegássemos a Recife a sede da Região tudo seria normalizado.


Viajamos sem dinheiro!


A minhas filhas eram bem pequenas, a menor alternava a mamada ao peito com leite.
Justamente ao chegarmos ao Rio de Janeiro tinha acabado a ultima lata de leite. Ai eu perguntei a ele e agora?! Meu marido ficou apavorado, fez cada proposta estapafúrdia para resolver a situação que só vendo!


Foi quando lembrei a minha correntinha de ouro, muito bonita toda trabalhada, ele ficou sem graça e prometeu que assim que pudesse compraria outra.


No momento o que me interessava era comprar o leite das crianças, antes que começassem a chorar.


Assim aconteceu, ele tomou café da manha cedo e partiu, prometendo voltar antes do meio dia.


Neste interim quando o bebê acordasse eu a colocava no peito ela adormecia e eu ia para meu posto no convés ver a hora que ele retornasse a bordo, ai começou minha angustia... Deu meio dia e ele nada! Começaram há passar as horas... neste momento a menina não se satisfazia mais com o pouco leite que eu conseguia ter, abriu a boca e começou a chorar, gritar!


Até hoje quando fico nervosa me ataca logo uma dor de barriga, nem ao banheiro podia ir. Os outros passageiros perguntavam por que ela estava chorando tanto, eu respondia que ela estava com cólicas.


Eu estava ficando desesperada, pois já tinha passado e muito do meio dia. Pensava que ele tinha sido atropelado ou morrido, ou estava internado em algum hospital... A angustia me invadia a alma, hoje eu não tenho palavras para descreve-la, quando fico aflita eu não sei chorar, sinto queimar por dentro e com uma espécie de vácuo no estômago.


Quando eu não aguentava mais, eis que o avisto, um misto de raiva e de alivio tomou conta de mim!


Ele comprou leite o suficiente até o termino da viagem e contou o que aconteceu, ele se perdeu!


De jeito nenhum acertava o cais, nervoso que estava, tropeçou em uma ambulante derrubando as coisas que ela estava vendendo, a mesma “rogou pragas” que até antes de sua morte ele lembrava das mesmas.


Imaginei a cena ele nervoso a apanhar as coisas espalhadas ao chão e a mulher gritando e praguejando! Começamos a sorrir.


Graças a Deus o resto da viagem foi ótima!


Paz Celina

10 comentários:

Sônia Silvino (CRAZY ABOUT BLOGS) disse...

Celina querida!
Boa noite!!!
Tudo bem?
Vim retribuir o seu carinho e a sua atenção!
Trouxe um presente direto do meu coração para o seu:

AMIGO VIRTUAL


Meu amigo virtual é diferente...

Ele não olha nos meus olhos,

Ele vê meu coração...



Meu amigo virtual é diferente...

Ele não percebe as minhas lágrimas

Percebe o momento de me confortar



Meu amigo virtual é diferente...

Ele não sorri, ele me faz sorrir...



Meu amigo virtual...

Você não sabe...

Mas te procuro todas as noites .



Você não sabe...

Mas fico feliz quando você vem...

Olho para você, na expectativa de um sorriso...



Te espero assim como o sol, espera pelo amanhecer...

Te espero assim como a lua, espera pela noite,

Certa que virá!



Não me importa se vens através de telas...

O que importa, é que venhas..

Não sei porque te escolhi como amigo...



Suas letrinhas são iguais a de todos os outros,

Apenas suas palavras são firmes...



Você consegue me fazer acreditar.

Talvez você não saiba, mas quando me falas...

Quando brinca comigo...

Quando me escutas...

Quando me amas...



Exerce a nobre tarefa de um amigo REAL.

Assim... Cativa-me...



Escuto seu sorriso, através do sons do teclado.

Ouço teu coração através do meu coração,

Sinto tua alegria através da minha alegria...



Nunca deixe de vir...

Só conhece a importância dos verdadeiros amigos,

Quando começamos a perceber sua ausência,

Quando chamamos por todos,

E somente ele vem...
_____________________
Ágata Vanessa Matos

chica disse...

Que legal de lembrar agora...Na hora sei que nãofoi bom!rss...

Recordações de vida...Lindas!beijos,tudo de bom,chica

Caca disse...

Celina, minha querida! Eu gosto de um certo saudosismo por isso: um monte de aprendizados, umas angústias e depois muita risada. Na hora a gente fica sem chão, com raiva, agoniado, desesperado até. Mas depois, o que seria da nossa literatura sem estas ricas e belas histórias? hahahaha! Adorei! Meu abraço. Paz e bem.

Toninho disse...

Ah,Celina senti seu drama e fiquei agoniado com voce.Imagino o derrame de bilis que provoca as colicas do intestino.Nossas historias, nossas decepções que viram historias,que resgatam nossas vidas. Imagina-se a viagem demorada,criança chorando, dificuldades sendo criadas.Bom relato Celina, que ajuda a memoria no exercicio de não deixar para trás tudo que se viveu e servir de espelho para o que temos a viver.Meu abraço terno sempre.Bju de luz nos seus dias.

Maria José Rezende de Lacerda disse...

Celina, querida amiga. Que história bonita. O que não fazemos pelos filhos, não é? Houve cumplicidade e muito amor de vocês dois para resolver a situação. Beijos.

Paula Barros disse...

Celina, imagino a angústia. Também tenho vontade de ir ao banheiro em situações que me deixam nervosa, e também mexe com o estômago (gases).

E volto a repetir como a forma que você escreve me prende a atenção, é bom demais.

beijo

Maria Luiza Vargas Ramos disse...

Querida leitora, fico sempre muito feliz com sua visita ao meu blog e esteja à vontade para tecer as considerações que quiser. Seja sempre bem vinda!
Seu blog está ótimo e as histórias bem cativantes, Parabéns!

Maria Rodrigues disse...

Amiga, certas recordações ficam para sempre no nosso coração.
Deixei um selinho para si no meu cantinho, espero que goste.
Tenha um santo domingo
beijinhos
Maria

Pelos caminhos da vida. disse...

Que sufoco foi essa viagem Celina, imagino na época o que vc sentiu, mas passou né?

Fica aqui o convite para vc conhecer o meu blog, será um prazer te receber, meu nome é Ana.

Bom domingo.

beijooo.

Pelos caminhos da vida. disse...

Vim agradecer sua visita na qual me deixou muito contente, e para não perdê-la de vista nessa imensa blogsfera já me tornei seguidora daqui, assim logo que vc publicar um post eu vejo, obrigada Celina, minha mais nova amiga.

Quer participar de uma idéia muito bacana em relação ao livro? te espero em meu blog.

Bom feriado amiga.

beijooo.