terça-feira, 17 de novembro de 2009

O lobisomem

Imagem Google


Essa foi o meu marido que contou!
A cidade que ele nasceu mesmo precisando de muita coisa era mais bem servida que a vizinha a poucos quilômetros dali.
Enquanto uma prosperava a outra ia ficando cada vez mais para trás!E os rapazes da outra cidade não podiam namorar com as moças do lado de cá ou vice-versa.

Mas com todo esse bairrismo, um rapaz veio assistir a festa da padroeira que era muito animada, engraçou-se de uma moça do lado de cá, apaixonou-se mesmo e foi correspondido. Deu uma aliança de compromisso para mostrar a sua boa intenção, e falou a ela que tinha resolvido ir para São Paulo, trabalhar, juntar algum dinheiro, no máximo em três anos estaria de volta para se casarem.
Chegou o dia da partida, foi muito choro, promessas, juramentos, que ela iria esperá-lo.
Passou o primeiro ano, a moça ali firme, os rapazes da cidade querendo por qualquer preço ficar com a moça, não dando gosto de perder para o outro, principalmente agora que ele estava longe.
Foi um cerco terrível, escolheram o bonitão da turma e também bom de papo, que começou assediar a moça.
Fazia meses que ela não recebia notícias do prometido, aí começou a pensar: "Será que ele arrumou uma paulista e me esqueceu, e eu aqui besta perdendo o meu tempo.”.
A menina de fato era muito bonita e de uma boa família, não resistiu aos galanteios do conterrâneo e começaram a namorar para alegria da torcida, estava completando tempo que o moço tinha marcado para sua volta, e não é que ele chega de repente, veio mais forte, de óculos escuros, trazia presentes para todos inclusive para ela.
Foi à primeira notícia que ele soube ao chegar, que ela tinha esquecido o compromisso e estava com outro, ele disse: "Fica assim não, vou arquitetar uma vingança, que ela vai se decepcionar com este boyzinho.”.
A cidadezinha só tem plano o centro da cidade, as ruas que dão acesso ao centro, são todas de ladeiras, e a iluminação daquela época deixava muito a desejar, os postes eram distantes uns dos outros, e as lâmpadas em forma de pêra, clareavam pouco com a sua luz amarelada, assim mesmo a iluminação só ia até a meia-noite.
A casa que ela morava ficava na ladeira do Japão, ele encomendou uns "couros de bode", fez uma vestimenta, dependurou alguns chocalhos e foi pastorar a hora do outro ir embora.
Quando chegou a hora da despedida, ele disse é agora!
No começo da ladeira ele começou a descer de quatro pés, fazendo um barulhão tamanho, algumas pessoas que estavam acordadas se espantaram, pensavam tratar-se de um lobisomem, que de vez enquanto aparecia espantando as mulheres que voltavam da igreja.

Mais ele não contava com uma coisa. Toda casa do interior tinha um cachorrinho vira-lata que muitos chamam de "xola", que ficam sempre deitados na porta da casa, ao descer a ladeira foi chegando de um em um, e quando ele viu, estava cercado, ele corria agora em pé e mais de "dez xolas" atrás dele, ficou todo mordido, êta cachorrinhos brabos! Eles nunca tinham visto um bicho tão esquisito e barulhento, não pouparam os dentes.
Para terminar além de mordido, ficou tão envergonhado que acabou voltando para São Paulo sem aparecer mais do lado de cá da cidade.

Paz Celina
 Postagem Publicada em 17 -11-2009

2 comentários:

Vanuza Pantaleão disse...

Adorei sua visita, Celina!
Seu conto é fantástico e tem detalhes interessantes. Bejinhos!!!

gregus disse...

ahahahahahah
muito boa essa história, quis dar uma de esperto e se deu mal
hasddhsauhudsahu


beijos