quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Foi o destino?


Esta semana vendo apelos pela televisão de pessoas desaparecidas, me lembrei de uma história.Quando morei em Belo Horizonte, nós tínhamos muitos amigos,na véspera do nosso embarque para o Nordeste, um desses amigos nos ofereceu um jantar de despedida na casa deles. Após o jantar, fui ajudar a dona da casa à lavar a louça, conversa vai, conversa vem, falamos de muitos assuntos, um deles me chamou muita atenção, ela me contou sobre o desaparecimento do seu avô, foi assim:
Ele negociava com jóias, comprava em certa cidade para vender na cidade que morava, em Minas Gerais-MG. Até um certo dia ele desapareceu sem deixar vestígios. A mulher ficou com as crianças pequenas, na certa que o pai tinha falecido, durante as viagens que fazia pelo interior de MG.
Passaram-se os anos, os filhos estavam criados, alguns casados, inclusive a amiga que nos tinha oferecido o jantar.
Um dia um amigo da família, viajando à São Paulo a negócios, chegou com uma notícia estranha, tinha encontrado o avô dela, no início o achou parecido, depois confirmou, estava mais velho, com alguns cabelos brancos, porém por ser da cor negra estava bem conservado, ajudou mais na identificação, aí ele contou a seguinte história ao amigo:
"Vinha vindo com a mula com a mercadoria, no trecho de um riacho, ao atravessá-lo fui assaltado por dois homens, que de certo sabia o meu itinerário , roubaram a minha mercadoria e me espancaram.Mesmo ferido consegui chegar à margem e desmaiei quando acordei estava em um lugar estranho e não lembrava de nada do que tinha acontecido, cuidaram de mim, fiquei bom, mais tarde casei com a filha de meu benfeitor, que tinha muitas terras, trabalhei muito e hoje sou um homem rico, entre meus bens consta até um avião para facilitar meu trabalho".
Aí o amigo contou das dificuldades da família para criar os filhos deixados por ele, ficou triste e disse:

"Quando recordei a memória, já tinha outra família, achei melhor calar, deixar que pensassem que eu tinha morrido"
Ele até que quis visitar a família, mas os filhos não quiseram recebê-lo, pensando no trabalho da mãe que teve de reembolsar as dívidas feitas por ele na compra das jóias e no muito que sofreu para criar os filhos sozinha, somente uma neta consentiu em recebê-lo, passaram um dia juntos, mais não tinham muito o que dizer, ele voltou e nunca mais ela soube notícias, a neta foi justamente quem me contou a história do avô fujão.

Fim

Um comentário:

Karl d'Jo Menestrel disse...

História que demonstra a infelicidade que atinge algumas famílias... Eu conheço alguns que nem para eles prestam...

Abraços