sábado, 9 de abril de 2011

O Cachorro Seresteiro

Ah! As serestas! Aqueles que viveram na mesma época delas, devem lembrar com saudades das mesmas.
Talvez por falta de assuntos, ou as limitações dos nossos pais, não tínhamos muito assuntos para conversar. Daí aproveitava uma letra que falasse tudo àquilo que eles queriam dizer ás suas amadas e a melodia bem nostálgica, aí nascia às serenatas, principalmente em noites de luar.
Lembro-me, de uma seresta feita para mim a música era "A Deusa da Minha Rua", bem tocada pelos seresteiros da época. Era uma noite de lua cheia, eles chegaram; Um no violão, outro no Sax e um cantor apaixonado.
Os primeiros acordes não tinha coisa mais linda!
Depois o seresteiro cantou com toda paixão a sua música, quando foi à vez do Sax o cachorro achou de fazer dueto com ele. Mais os uivos eram tão altos, parecendo mais com um lobo. Um momento tão lindo transformou-se numa coisa cômica, meu pai ria tanto e eu morrendo de raiva, com vontade de dar umas tapas no cachorro, chegou até certa altura que não deu mais pra continuar, eles desistiram dizendo: “Rapaz, que mau agouro, estamos fritos, vamos embora!"

Imagem do Google
O Sax é um instrumento que mais admiro, mas todas as vezes que escuto em solo, não deixo de recordar a minha seresta frustrada.
A Deusa da minha rua
Música de Newton Teixeira
Letra de Jorge Faraj

Paz Celina


*Postagem de 16 de setembro de 2009

8 comentários:

Sonica disse...

Muito bonito, Celina!
Excelente f.d.s.,

Antônio Lídio Gomes disse...

Celina, o rapaz do sax poderia ter dado uma pausa, e os violões teriam dado conta.
O som do sax deve ter alguma frequencia que incomodou os ouvidos do animal.
Aqui, quando carro do gas vem, uma música acompanha provocando o mesmo efeito nos cães da rua... é hilário e irritante, mas eles tem os ouvidos muito sensíveis.
Mas seresta é para quem merece, o que fica é a intenção para contigo.
Um abraço, bjs.

Toninho disse...

"Na rua uma poça d'água/Espelho da minha mágoa/ Transporta o céu/Para o chão/ Tal qual o chão de minha vida/ A minh'alma comovida/O meu pobre coração" Um belo trecho de muita poesia Celina.Ah, as serestas e causos que surgiam delas de banho dãgua, de flores jogadas etc.Na minha terra tinha um grupo de sesteiros.Mas este cão/lobo tinha de uivar justamente neste dia? Por Minas algumas cidades mantem esta bela tradição,porem em praças.O JK era um seresteiro e lá em Diamantina sua terra ainda se pode ouvir a bela seresta.Então fica com esta lembrança ao som de um sax.Recordar é reviver e isto é bom demais.Meu terno abraço de paz e saude.Bju no seu coração. Ah, uma musica que ouvi numa seresta e me emocionou foi Elvira Escuta.Paz amiga.

Graça Pereira disse...

Imagino o balde de água fria que os rapazes levaram...Haverá alguma serenata que consiga resistir a esse "fundo musical"???
O teu pai divertia-se com a situação mas...bem podia ter afastado o "cantor" que estava a mais!!
Pelo menos, ficou uma coisa óptima: uma lembrança que nunca deixarás de sorrir quando ouvires a palavra "serenata"!!
Olha, eu fiz como o teu pai...estou aqui perdida de riso!!
Beijocas, Amiga.
Graça

chica disse...

rsssss...que danado de cachorro. Tenh a CUCA que também dependendo do som que ouve, faz esses acompanhamentos,srrs

Linda recordação! beijos,chica

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Boa tarde, querida amiga Celina.

Menina... As serenatas eram muito românticas mesmo. Essa música "A Deusa da minha rua" é linda.
Que cachorro trapalhão, heim? Ainda bem que divertiu o seu pai.
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Nos fins de semana, podíamos apostar que as teríamos. Somos cinco irmãs.

Numa madrugada de sábado, meu amado fez uma pra mim, que foi bem diferente. O silêncio foi cortado com todas as músicas do LP "La Paloma" e "Crepúsculo", de Billy Vaugn. Ele levou um toca discos pequeno e colocou-o debaixo da janela do quarto.

Eu fui no céu, é claro!
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Um grande abraço.
Tenha uma linda semana, cheia de paz e alegria.

Caca disse...

Ah, Celina, que maravilha! rsrs. Eu daria tudo para assistir a uma cena dessas. Um cão seresteiro, uma moça nervosa e um pai doidinho para dar uma bronca mas vencido pelo humor. hahahahha! Adorei esta história! Abração. Paz e bem.

Maria Auxiliadora de Oliveira Amapola disse...

Bom dia, querida amiga Celina.

Achei muito interessante a sua afinidade com os ciganos. São deslumbrantes!

Aquele relato meu, é da primeira vez que os vi. Eu tinha seis anos.

Um grande abraço.
Tenha uma linda semana de paz.